segunda-feira, 16 de abril de 2012

Musa dos anos 90, Marinara Costa revela que tentou se matar seis vezes e há seis anos se converteu à igreja evangélica

Nos anos 1990, Marinara Costa era uma das mulheres mais desejadas do país. Dona de um corpo exuberante, foi casada com o jornalista Fernando Vanucci e tirou a roupa para seis capas de revista - só para a “Playboy” posou nua quatro vezes. No entanto, nem fama, dinheiro e beleza eram suficientes para realizá-la.

Marinara conta que amargava um vazio no peito, uma tristeza que fama alguma era capaz de preencher. A depressão que surgiu quando ela tinha 17 anos nunca a abandonou e a fez tentar o suicídio por seis vezes.

A primeira atitude autodestrutiva foi na adolescência. Após uma briga com o primeiro namorado, ela se jogou de um carro a 70km por hora. Por sorte, sofreu apenas escoriações no corpo.

Mas um dos momentos mais dramáticos foi o fim de seu quinto casamento, com o lutador Fernando Bosco. Sob efeito de drogas, segundo ela, ele a agrediu durante uma briga e feriu seus seios, recém-operados por conta de uma mastite crônica que a impedia de amamentar a filha deles, Maria Clara, na época com cinco meses. O ferimento a obrigou a remover os dois seios.

“Travei uma luta corporal com ele, que destruiu a minha mama. Eu não tenho mais mama, tive que tirar a prótese e toda a glândula mamaria. Por causa da agressão, só tenho pele. Na briga, o tecido rompeu. Passei sete meses sem seio até a colocação da outra prótese”.

Hoje, aos 44 anos, Marinara trabalha como policial civil na Assembléia Legislativa do Rio e é síndica do prédio onde mora com as filhas - Júlia, 21 anos, do casamento com Fernando Vanucci; e Maria Clara, de 11 - na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Renovada, atribui sua ‘cura’ à religião evangélica, a qual se converteu há seis anos. Atualmente ela é jaconisa - uma espécie de faz tudo - da recém-criada igreja "Pray House Church", que está à procura de uma sede para se estabelecer no Rio. Já no âmbito terreno, processa na Justiça uma rede de fast food que usa seu nome para batizar o molho de um sanduíche e prepara o lançamento de sua autobiografia, "Marinara, uma arma de fogo".

Apesar de ainda estar em forma, Marinara não quer mais ligar sua imagem à sensualidade. No atual momento de vida, ela cita Deus e Jesus por incontáveis vezes e assegura que todas as dores pertencem ao passado. “Me achava forte, mas não era. Hoje sou centrada e feliz. Os remédios, a tristeza... tudo foi para o lixo. Agora tudo é alegria!”

Sumiço

“Fiquei sumida da mídia durante oito anos, desde a peça que encenei com a Sheila Mello, ‘Dois quartos de motel’, em 2004. Desde então, comecei a ir à igreja, aceitei Jesus e comecei a me identificar com os ensinamentos Dele. Precisava de um tempo de tudo. Eu sempre fui muito intensa e polêmica. Não estava feliz. Quando comecei a entender os desígnios de Deus, me senti preenchida.”

Vazio

“Vim de uma família humilde e vivia rodeada de amigos, mas tinha uma solidão dentro de mim que nenhum amigo preenchia. Sempre acreditei em Deus. Rodei um pouco de tudo: budismo, cabala, igreja, seicho-no-ie, espiritismo... Nunca tive problemas com drogas, nem lança-perfume eu cheirei. Mas era muito dependente dos remédios de tarja preta e tentei o suicídio seis vezes.Tinha um buraco que nada preenchia.”

Depressão

“Antes de ser uma pessoa pública eu tive depressão. Sempre por causa de questões afetivas. Quando tinha 17 anos, no meu primeiro relacionamento, eu me joguei de um carro em movimento a 70km por hora. Eu vejo como Deus me ama porque era para estar arrebentada e só me arranhei. Foi a primeira crise que tive. Depois, com o passar do tempo, a carência e solidão continuaram. Como eu era ‘facinha'... Para me conquistar bastavam uma boa conversa e aparentar ter um bom caráter. Acreditava muito nas pessoas. Não buscava profundidade grande para me envolver”.

Busca

“Na minha busca pelo divino, por Deus, acabei me envolvendo com o espiritismo. Passei nove anos no candomblé. Era cambona, aquela que serve a comida e a bebida nos centros. Me lembro que cheguei lá muito angustiada. Isso foi em 2004. Estava superbem e de repente bateu uma angústia. Nesse centro não gostavam que se falasse de Deus, só gostavam que se falasse de Oxalá. Comecei a chorar, chorar, foi a primeira vez que vi o mundo espiritual. Uma médium recebeu uma pombagira (entidade feminina) e baixou a cabeça. De repente, ouvi um barulho estranho e quando vi, a pessoa estava torta, caída. Ela teve um pico de pressão e nunca mais voltei ali. Foi quando uma amiga me levou para a célula de uma igreja e comecei a ler a Bíblia. Me envolvi com o Senhor através da palavra. Amo o Evangelho, que é o poder de Deus. Encontrei um canal, a vibe de praticar a minha fé através da sintonia com Deus. Antes eu não sabia como administrar a minha fé”.

Separação de Fernando Vanucci

“Estava casada com o Fernando Vanucci quando fiz minha primeira revista,’Playboy’, em 1992. Logo depois eu descobri umas coisas ruins do Fernando. A gente brigou, se separou. Ele foi o grande amor da minha vida e fiquei muito mal. Hoje ele é um homem de Deus e somos muito amigos”.

Momentos de depressão

“Teve vezes de eu ficar dentro de casa durante três dias. Passei nove dias sem tomar banho, o que é uma loucura porque sou 'psica' com limpeza e com banho (risos). Queria morrer. Teve uma vez que pedi ajuda, outra vez uma empregada me viu caída e nas outras vezes foi Deus quem me ajudou”.

Tentativa de suicídio

“Com a separação do Vanucci, intensifiquei os remédios de tarja preta. Depois dessa crise com ele, participei do ‘Básico Instinto’, do Fausto Fawcet (espetáculo dos anos 90 com músicas do poeta e compositor apresentado por loiras sensuais, dentre elas, Marinara e Regininha Poltergeist). Também viajei pelo mundo para divulgar o fato de eu ter sido a única mulher policial que posou para a ‘Playboy’. Nesse tempo, tive um envolvimento com o Vitinho Belfort (o lutador Vítor Belfort). Eu estava muito apaixonada e acredito que ele também estivesse, mas foi um relacionamento conturbado. Vítor morava fora do país, e eu precisava administrar a minha ida para lá. Era muito complexo, pois tinha a minha filha Júlia, o meu trabalho e depois descobri uma traição dele. Isso me abateu muito. Foram cinco crises violentas por causa de relacionamentos”.

Extração dos seios

“A pior - e última - crise foi com o pai da Maria Clara (Fernado Bosco), quando sofri uma agressão física dele. Foi uma única vez, mas muito violenta. Tive de fazer cirurgia. Ele me machucou, foi errado, mas hoje tenho o entendimento. Invés de pedir socorro, eu quis partir para cima dele, erradamente. Na época eu estava doente. Maria Clara tinha cinco meses de vida e eu tinha feito quatro cirurgias, porque tenho uma dificuldade orgânica para amamentar. Sofria de mastite crônica bilateral, nas duas mamas. Eu tinha acabado de fazer a quarta cirurgia. Quando brigamos, estava com 50 dias de operada. Ele chegou em casa às seis horas da manhã e acordei com ele me chutando. Travei uma luta corporal e ele destruiu a minha mama. Eu não tenho mais mama, tive que tirar a protése e toda a glândula mamaria. Por causa da agressão, só tenho pele. Na briga, o tecido rompeu. Passei sete meses sem seio até a colocação da outra prótese”.

Pós Fernando Bosco
“Esse momento foi um dos piores, porque atingiu meu corpo. Para uma pessoa como eu, que dependia da minha imagem para trabalhar, foi traumático. Pois atingiu a minha vida financeira. O que eu tinha de economia, tive de gastar com o tratamento. Fernando saiu de casa e eu não estava trabalhando. Isso foi no início de 2001. Fiquei oito meses esperando a cirurgia para a colocação da prótese e depois tive que voltar a trabalhar”.

Solteirice

“O coração está querendo ser preenchido (risos). Para Deus, a formicação, o sexo fora do casamento, é pecado. Fiz uma escolha. Sabia que a área afetiva era a que mais me destruía, fiz uma aliança com Deus e escolhi me aliançar com Jesus. Ele começou a me capacitar e quando vi, já estava um mês, seis meses, um ano, sem namorar. Passei seis anos e cinco meses sem dar um beijo na boca. É estranho por um lado, mas passou tão rápido que nem percebi. Quando voltei a me relacionar, foi de forma diferente. Estou aberta para relacionamentos. Não quero mais curtir. Não tenho tempo para errar, tenho duas filhas, quanta história a gente vê de homens que violentam as filhas das namoradas”.

Volta por cima

“A Marinara hoje é uma pessoa muito feliz, com muita esperança, fé, com muita alegria no coração. Me sinto uma pessoa muito mais forte, coerente, amiga, fiel. Me achava forte, mas não era. Hoje sou centrada. Os remédios, a tristeza, tudo foi para o lixo. Agora tudo é alegria!”


Fonte: EGO
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