quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Despedida, talvez

Pelas portas de janeiro
Estendo antigos poemas
Que até parecem alheios
E estão repletos de luas...
Quem os dirá algum dia
Na placidez destas ruas?

Pelas portas de janeiro
Ao Universo eu espio
E afago. E me sinto pronto
Para esquiar as estrelas:
Anseio agora tocá-las
Porque cansado de vê-las...

Pelas portas de janeiro
Vislumbro as plagas do céu
E a luz que as aureola
Em coloridos sem fim,
Que nascem das mãos eternas
E passam também por mim.

Pelas portas de janeiro
Olho, e me amadureço
Para apagar as palavras
Das pessoas mais queridas,
Trocando-as tranquilamente
Por celestes avenidas.

Pelas portas de janeiro
Minha alma voa tão leve
A beijar sóis e arcanjos
Que os olhos plenos de luz
E a concha azul de meus versos
Colhem a voz de Jesus.





Autor: Joanyr de Oliveira
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