sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Fé mórmon do candidato à Presidência dos EUA Mitt Romney ganha destaque em testemunhos sobre sua vida

As histórias aludiam à fé mórmon de Mitt Romney, assunto que o candidato republicano à Presidência dos EUA pouco tem abordado durante a sua campanha.

Lá estava Grant Bennett, ex-assistente de Romney, contando como o candidato, como líder eclesiástico mórmon no final da década de 1970, dedicava 15 a 20 horas semanais para visitar fiéis doentes, para distribuir refeições ou para limpar a neve das calçadas de idosos.

Lá estavam Ted e Pat Oparowski, um casal de idosos que narrou como Romney, nesse período, ficou amigo de um filho deles que tinha 14 anos e morreria sete meses depois, vítima do mal de Hodgkin, em 1979.

E lá estava Pam Finlayson, que descreveu como Romney se sentou com ela no hospital quando ela temia que sua filha prematura estivesse prestes a morrer.

"Os olhos dele se encheram de lágrimas, e ele se aproximou carinhosamente e afagou as costinhas dela", disse Finlayson, tentando conter as lágrimas diante de uma silenciosa plateia na Convenção Nacional Republicana de Tampa, na Flórida, na quinta-feira.

Muitos delegados choraram. E, em questão de momentos, a imagem de Romney como um político frio e distante --e as dúvidas acerca do seu trabalho em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias-- pareceu evaporar.

Romney tem relutado em falar muito sobre um lado tão pessoal da sua vida, enquanto seus adversários o retratam como uma figura robótica e sem sentimentos. Seus assessores estavam frustrados com a ausência de um lado mais pessoal na campanha do ex-governador de Massachusetts, o que eles consideravam ser crucial para compreendê-lo.

Isso tudo mudou na quinta-feira à noite.

Bennett rememorou como Romney, na época de líder religioso, passava horas dando conselhos a pessoas em situação complicada --mães solteiras, casais com problemas conjugais, jovens viciados e gente com dificuldades financeiras.

"Ele se reunia com eles em particular e com confiança", disse Bennett, "e manteve essa confiança".

Ele disse que Romney se guiava por um versículo da Epístola de Tiago, do Novo Testamento, que diz que a religião pura consiste em "visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições".

Romney, que em geral não cita a religião mórmon, disse que a fé e as famílias são "o leito pétreo do que faz a América ser a América".

"Éramos mórmons e, sendo criados em Michigan, isso poderia parecer estranho ou deslocado, mas realmente não me lembro dessa forma", disse ele no discurso em que aceitou oficialmente a candidatura.



Fonte: Reuters
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