segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Poderá o Natal vir a ser proibido?

O Natal está ameaçado. Nos últimos anos em muitos países de todo o mundo, está rapidamente aumentando o número das pessoas insatisfeitas com a presença dos atributos de Natal em locais públicos. Por exemplo, na cidade de Santa Monica dos EUA foram proibidos os presépios com cenas da vida de Jesus Cristo, e em Bruxelas eclodiu um escândalo relacionado com a instalação da personagem principal da festa – a tradicional árvore de Natal.

As razões pelas quais o Ocidente recusa deliberadamente a atmosfera festiva do Natal são várias. Mas a principal é a tolerância excessiva, que traz mais mal que bem, diz o historiador e sociólogo da religião Roman Silantiev.

"Este desenvolvimento da situação não foi difícil de adivinhar. Não muito tempo atrás, publicamos o livro chamado A Tolerância Impiedosa. É uma ficção social sobre o que aconteceria se o modelo moderno de direitos humanos, tolerância e proteção das minorias vencesse e chegasse ao absurdo. Ora aquilo que muito recentemente era fantástico deixa de ser. Hoje podemos ver claramente como o sistema começou a se desmoronar quando a luta pelas liberdades absolutas começou a limitá-las. A permissividade se transformou em totalitarismo e ditadura. Tudo é possível – ter casamentos de pessoas do mesmo sexo, legalizar pedofilia e drogas, mas não é possível colocar uma árvore de Natal porque, no novo sistema de valores, ela é muito mais perigosa do que as outras coisas que foram mencionadas."

Para substituição deliberada dos valores cristãos por seculares e supostamente democráticos foi adicionado hoje o crescente fator islâmico. Foi exatamente a comunidade muçulmana numa cidade de Dinamarca que fez um forte protesto contra a instalação de árvores de Natal nas ruas da metrópole. Também na Bélgica houve quem tivesse medo de ferir os sentimentos dos não-cristãos, enquanto na cidade francesa de Montargis, uma desta com o Papai Noel foi motivo de amplo debate público. Este conflito inter-religioso e inter-étnico é previsível, mas quase insolúvel, diz o teólogo Yuri Tabak.

"Os muçulmanos que vieram para a Europa são bastante fervorosos e agressivos. Eles não gostam de ver símbolos proibidos ou criticados por sua religião e eles exigem o respeito por sua religião e os seus direitos. Isso cria dificuldades, porque nesta situação qualquer decisão vai causar rejeição de uma parte ou de outra. É inevitável ter conflitos. A civilização judaico-cristã envelheceu, enquanto o Islã, com grande número dos seus migrantes e refugiados, atravessa a fase da assim chamada segunda juventude. O futuro depende muito da continuação do desenvolvimento da situação demográfica. Com o aumento do número dos muçulmanos, a sua opinião será considerada mas o problema das celebrações cristãs vai aumentar."

Especialistas acreditam que, se esta tendência continuar, no futuro próximo poderemos chegar ao ponto de conhecer o Natal e os seus atributos só dos livros, filmes ou contos das pessoas que tiveram a sorte de experimentar esta festa de inverno.



Fonte: Voz da Rússia
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