terça-feira, 14 de agosto de 2012

Igreja católica usa feriado para protestar contra casamento gay

A igreja católica francesa vai dar uma cara política à comemoração de Assunção, comemorada neste 15 de agosto. Ao lado das orações para a Virgem Maria, o cardeal Vingt-Trois, presidente da Confederação dos Bispos da França, conclamou as dioceses a lerem um texto de oposição ao casamento entre homossexuais.

O governo francês prometeu votar uma lei permitindo a união civil entre duas pessoas do mesmo sexo no início do ano que vem, em uma causa contra a qual a igreja promete mobilizar os fiéis, inclusive os parlamentares. O porta-voz da da confederação, monsenhor Podvin, defende a postura dos dirigentes católicos. "As posições da Igreja Católica são conhecidas: não há nenhuma novidade nisso. Entretanto, deve haver um debate, e não está havendo. Está se considerando que tudo isso está decidido", argumentou.

O assunto ainda deve provocar muita polêmica. A França promete seguir na mesma via que países como Espanha, Portugal e os países nórdicos já trilharam. No meio deste debate, encontram-se os homossexuais e católicos, que brigam por essa evolução na religião na qual têm fé. Este é o caso de Jean Louis Lecouffe, representante da associação David e Jonathan, de católicos homossexuais. "É legítimo que a igreja se pronuncie sobre a política da sociedade, mas ao mesmo tempo ela se pronuncia em um contexto político em que ela se coloca ao lado dos mais conservadores e tradicionalistas", avalia.

"A França não vai apenas autorizar o casamento homosexual: ela vai colocar um fim a uma discriminação. Nós achamos que hoje não há direitos que se aplicam de forma idêntica se as pessoas são do mesmo sexo. E nós, enquanto gays e cristãos, nos encontramos em uma situação muito desconfortável", disse Lacouffe.


Fonte: RFI
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