segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Pastor ligado a Valdemiro Santiago é acusado de charlatanismo

O delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho encaminhou intimação ao pastor

Fabrício Miguel, pastor da Igreja Mundial do Poder de Deus há cinco meses em Ribeirão do Pinhal,na região do Norte Pioneiro do Paraná, confirmou nesta semana que usou a imagem de Danilo Messias, 24, nos cultos da igreja para incentivar os fiéis a exercerem a fé. De acordo com o líder religioso da denominação do apóstolo Valdemiro Santiago, a família de Danilo teria autorizado verbalmente o uso da imagem do rapaz. Já Danilo nega ter dado qualquer tipo de autorização nesse sentido. O delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho encaminhou intimação ao pastor Miguel e religioso deverá depor na próxima segunda-feira.

De acordo com Danilo – paraplégico há seis anos e que sofreu forte alergia há um mês -, um familiar que frequenta a igreja pediu ao pastor que fosse visitá-lo. “Ele disse que eu me curaria das feridas e voltaria a andar em sete dias”, disse Messias. “Mas as feridas melhoraram devido ao tratamento e aos medicamentos receitados pelo médico e continuo sem andar”, diz ele depois de um mês em tratamento.

Durante as visitas o pastor registrava imagens fotográficas da evolução do tratamento de Danilo, porém, durante cultos as imagens foram mostradas e distribuídas com a afirmação de que a cura das feridas foi devido à interferência divina. além das imagens comparativas onde era exibida uma imagem do jovem com as feridas e outra ao lado sem elas como comparativo do “antes e depois”, também foi feito um cartaz de 175 cm por 140 cm com as mesmas imagens constantes nos panfletos.

Embora não conste o nome de Danilo nos trabalhos gráficos, o rapaz alega que não sabia que as imagens seriam utilizadas daquela maneira. O pastor admite que errou ao não pedir uma autorização por escrito da família para usar o material, mas garante que nunca omitiu a finalidade do uso das imagens.

Caso fique comprovado que o uso da imagem de Danilo Messias foi ilegal, o pastor pode responder por charlatanismo – por anunciar cura por meio secreto ou infalível – ou até mesmo por estelionato, caso fique comprovado o uso de ofertas dos fiéis para obtenção de milagres. Mas o delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho alerta que só o juiz poderá julgar se o ato cometido pelo pastor é criminoso.



Fonte: TN Online
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