Governo e oposição chegaram a um consenso, na Alemanha, sobre a escolha do novo presidente do país, após a demissão na semana passada de Christian Wulff, devido a um escândalo de favorecimento num empréstimo imobiliário. O nome do presidente foi escolhido depois de intensas negociações entre os partidos de coalizão no poder e a oposição.O cargo simbólico de presidente alemão, que tem valor de autoridade moral no país, será ocupado por Joachim Gauck, um pastor luterano de 72 anos, histórico militante dos direitos humanos contra o regime comunista da antiga Alemanha Oriental.
Mas o nome do candidato só foi escolhido depois de duras discussões. Segundo o jornal alemão Bild, o governo de centro direita quase “se dividiu durante as negociações tensas de domingo à noite”, entre a chanceler Angela Merkel e Philipp Rosler, o dirigente do FDP, partido liberal associado aos cristãos democratas da coalizão no poder.
Os conservadores do partido de Angela Merkel (CDU) acusaram nesta segunda-feira os outros partidos da coalizão governamental de abuso de confiança por sustentar o candidato da oposição. Michael Krestschmer, deputado da CDU, disse que isso teria consequências sérias sobre sua cooperação futura. O ministro das Finanças alemão, Markus Soeder (CSU), acusou o FDP de extorsão, segundo o jornal alemão Bild.
Merkel teria dito a Philipp Rosler que ele colocava em perigo a coalizão sustentado a candidatura de Joachim Gauck. Rosler recusou-se a mudar de opinião e uma hora mais tarde a União Cristã Democrata de Merkel e seu aliado, o partido da União Cristã Social (CSU), cederam e aceitaram apoiar o candidato proposto pela oposição social-democrata (SPD) e os Verdes.
Joachim Gauck ganhou o respeito dos alemães e do mundo depois de abrir ao público os arquivos da antiga Stasi, a antiga polícia secreta do regime comunista. O pastor já foi candidato à presidência alemã dois anos atrás, mas seu nome foi preterido pela chanceler Angela Merkel, que na época conseguiu impor seu protegido Christian Wulff. O futuro presidente deverá ser eleito no dia 18 de março por um colégio formado por 1.240 grandes eleitores, deputados e representantes dos 16 parlamentos regionais alemães.
Fonte: RFI Portugues
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