quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Padre é suspeito de dar perfume para aliciar menores

Inquérito parte de depoimentos e carta com suposto pedido de sexo.
Pároco de 61 anos foi afastado de igreja onde atuou por três anos.

Um padre de 61 anos é suspeito de dar perfumes de presente para aliciar menores em Jaborandi (SP). A denúncia registrada pelo Conselho Tutelar do município à Polícia Civil tem como base depoimentos de adolescentes que participavam da rotina da paróquia e de uma carta fotografada por um dos menores em que o sacerdote supostamente marcava encontros e pedia favores sexuais.

Segundo informações do delegado Celso Espadasso, seis menores foram ouvidos, mas apenas dois fizeram a denúncia. As suspeitas motivaram a abertura de um inquérito policial e o afastamento do padre da igreja após três anos de atuação na comunidade.

De acordo com um adolescente de 15 anos, denunciante do caso, a prática de dar presentes aos meninos era comum. “Ele chamava a gente pra pegar perfumes que ele já tinha encomendado. No quarto dele até tinha um estoque. Ele chegou a dar uma bicicleta pra um. Um dia ele me mostrou uma carta em que fazia propostas para ter relações sexuais”, afirma o garoto.

O menino explica que o comportamento do religioso passou a ser questionado pelo grupo que frequentava o catecismo da igreja. “Eu sempre fiquei desconfiado pelo fato dele querer presentear só os meninos. Quando saíamos da casa dele ficávamos comentando que a postura dele não era certa”.

Após a denúncia, a polícia esteve na casa do padre e apreendeu kits de perfumes e cartões que ele enviava para outros menores. Segundo Espadasso, o celular em que um adolescente registrou o conteúdo da carta foi apreendido. “O texto evidenciava a proposta do padre aos meninos para que mantivessem relações sexuais”, diz.

Para a conselheira tutelar Sônia Modonezi, o conteúdo da carta comprova que a intenção de agradar os menores tinha como intuito a prática de atos libidinosos. Segundo Sônia, após o envio das provas às autoridades, os meninos foram encaminhados para fazer um acompanhamento psicológico.

A polícia aguarda o resultado do laudo pericial sobre as imagens feitas pelo celular.

Outro lado

Em nota, a Diocese de Barretos (SP), responsável pela paróquia em Jaborandi, informou que o padre foi afastado assim que o bispo, Dom Edmilson Amador Caetano, foi comunicado da denúncia. Desde então, ele “está impedido de presidir missas, dar bênçãos e realizar sacramentos”.

A nota diz ainda que a suspensão do sacerdote foi comunicada à Congregação para a Doutrina da Fé e que a diocese "irá acatar as determinações da justiça civil cooperando com as investigações que serão encaminhadas à congregação".

O padre reside em Morro Agudo (SP), de onde é a família dele. Ele não foi localizado para comentar a denúncia.

Segundo a Polícia Civil, o advogado dele ainda não se manifestou sobre o caso.



Fonte: G1
---------