quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

As igrejas de Deus têm problemas

"Nenhum problema interno", o homem disse. E nossa primeira reação foi de admiração por esta igreja "ideal" que não conhecia nenhum problema. Mas com mais observação, nosso pensamento mudou.

A Bíblia fala de uma igreja que não tinha "nenhum problema". A igreja de Laodicéia era rica e abastada, e não precisava de coisa alguma (Apocalipse 3:17). Por outro lado, a igreja de Jerusalém estava enfrentando diversos problemas. Eles tiveram que testemunhar a morte de um casal hipócrita e mentiroso (Atos 5:1-11). Havia murmuração por causa da negligência das viúvas gregas (6:1-7). Havia problemas doutrinários sobre a questão da circuncisão (11:1-8; 15:4-5). Jerusalém tinha seus problemas enquanto Laodicéia estava "sem problema"; contudo cada estudante da Bíblia sabe que Jerusalém era a igreja aprovada, enquanto Laodicéia era nauseante para o Senhor.

E mais, quando se observa os problemas da igreja de Jerusalém, reconhece-se que eram consequência direta da obra e atividade daquela congregação. Se não tivesse havido o espírito de benevolência que prevalecia entre seus membros, não teria havido ocasião para a mentira de Ananias e Safira ou para as queixas de negligência. Se não tivesse havido evangelização de gentios não teria havido problemas com circuncisão. Jerusalém tinha problemas porque era uma igreja ativa e dedicada que crescia. E, é bem possível que a ausência de problemas em Laodicéia fosse uma conseqüência direta de sua falta de fervor e de vitalidade.

Concluímos que uma igreja preguiçosa, que nada faz, pode bem ficar livre de dificuldades, mas uma igreja ativa e operosa pode esperar certos problemas. Uma igreja que consegue converter alcoólatras, viciados em drogas, divorciados; que busca uma "mulher samaritana", ou um "Simão, o mágico",  ou uma "Maria Madalena", pode esperar alguns problemas. Mas aquela igreja que escolhe a alternativa de pregar e converter somente os que são moralmente bons e que se ajustem bem em seu próprios círculos sociais e econômicos, enquanto evita alguns problemas, enfrenta o maior de todos eles em seu fracasso em obedecer o mandamento do Senhor (Marcos 16:15) e em seguir o próprio exemplo pessoal dele. Uma igreja que desenvolve pessoas pensantes que estudam objetivamente cada questão bíblica pode esperar que algumas diferenças apareçam em sua sincera busca da verdade. Uma igreja hospitaleira precisa estar preparada para acusações de negligência em sua mostra de hospitalidade. O verdadeiro zelo pelo Senhor gerará problemas, mas ai daquela igreja que negligencia a obra do Senhor para evitar questões. O anátema do Senhor está sobre essa igreja.

Não é a existência ou não existência de problemas, então, que determina a força de uma igreja, mas como lida com as suas dificuldades. Amor de uns pelos outros, cuidado mútuo, longanimidade, humildade, amor à verdade, determinação em fazer a vontade de Deus-- estas são as qualidades que fazem uma igreja forte. Elas não podem impedir que problemas se desenvolvam, mas podem capacitar uma igreja a levar seus problemas a soluções aprovadas por Deus.



Fonte: Bill Hall em Estudos da Bíblia
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